Nasceu a 30 de Março de 1947
Mário Albano Gonçalves vive na Amadora – Lisboa.
Ainda pequeno, sai de Celorico de Basto - Braga e vai estudar para o Porto.
Faz a instrução primária e entra na Escola Comercial (Oliveira Martins).
Deixa a Escola Comercial e vem para Lisboa.
Em Lisboa entra na Escola Industrial (Marquês de Pombal) e emprega-se na Fundação Calouste Gulbenkian aos 15 anos.
Em 1968 entra para o serviço militar obrigatório.
Aí tira o curso de rádio montador na Escola Electromecânica de Paço de Arcos.
Acabado o curso é enviado para Mafra.
De Mafra é mobilizado para Angola (1969/1971).
Em 1971 regressa, e volta de novo à Fundação Calouste Gulbenkian.
Em 1974 tem o seu casamento vindo a ter dois filhos.
Permanece na Fundação Calouste Gulbenkian durante 40 anos, tendo contacto directo com as inúmeras obras de arte ali existentes (museu), dando-lhes luz e condições ambientais.
Nos anos 90, lendo a poesia de António Aleixo, criou e desenvolveu estes trabalhos que versam: humor, religião, politica, liberdade, justiça, saúde, guerra e segurança.
Também nesta época foi criado o NAP – Núcleo de Artistas Plásticos da Fundação Calouste Gulbenkian. Grupo este aberto a todas as formas de arte para que as mesmas pudessem ser divulgadas no meio laboral, e que todos os artistas que se encontravam “escondidos” nas respectivas empresas, pudessem desabrochar.
O que vemos feito consta de madeiras, desenhos e poemas do poeta António Aleixo. (O homem, a mulher, o pato, o cão, o tampo de caixote, o cavaco, o livro, a lasca, etc…etc…)
As madeiras não são muito tratadas tecnicamente, são aceites como estão. Existe pouco trabalho manual.
A fase seguinte é a adaptação a uma poesia que julgo corresponder à forma indicada pela peça.
Os poemas são escritos manualmente, risco a risco, enchendo as letras conforme o espaço.
O trabalho é alisar as faces, escrever, envernizar e olhar as peças.
Concretizado o trabalho, é pensado o efeito (mensagem) de quem o vai apreciar…
Esta é a minha obra
A minha obra tem três sentidos:
- O primeiro sentido é o aproveitamento das formas que a natureza em madeiros nos dá. A MADEIRA é forte e frágil, tal como o poeta era forte na sua poesia e frágil no seu corpo.
- O segundo sentido é o aproveitamento da poesia que é profunda e que nos leva a pensar como funcionava e funciona a SOCIEDADE.
- O terceiro sentido é a criação desta nova forma de levar as pessoas a lerem e a pensarem a poesia.
- As minhas peças, sobretudo as que estão expostas, não necessitam de ser catalogadas, elas só por si expressam o que querem dizer.
Tal como o POETA, eu também tento dar-lhe um duplo sentido:
A conjugação da forma com o conteúdo.
É assim Mário Albano